Dá pra dizer que a Lunação de Escorpião prometeu o que cumpriu? Sinceramente, acho que não — apesar de saber que os eventos indicados pelo último eclipse lunar se desdobrarão ainda alguns meses à frente. Lá no começo de novembro, escrevi que o cenário coletivo seria devidamente sacudido e que as peças do jogo iriam se movimentar. Bom, tivemos filiações partidárias de Bolsonaro e Moro e debates sobre alianças políticas de Lula. Tivemos protagonismo do Poder Judiciário com Rosa Weber e, nos últimos suspiros da lunação, Alexandre de Moraes abrindo mais um inquérito contra Bolsonaro. Tem muita coisa acontecendo, mas quando a gente fala de astrologia coletiva, não existe interpretar um mapa só: além dos 26 mapas de lunações ao longo do ano, temos os mapas de ingressos solares, mapas de eclipses, mapas fundamentais do país (como o da Independência do Brasil) e uma análise geral do ciclo coletivo em que vivemos. É fato que esse ano representou um enfraquecimento extremo e a exposição de inúmeros podres envolvendo Bolsonaro e sua família, o que era previsto; isso foi suficiente para tirá-lo do poder e condenar seus filhos por via das várias investigações que os acusam? Não foi. Astrologicamente, podemos enxergar essa resistência na regência anual do governo e da figura de Bolsonaro como o Saturno em Aquário na casa 11 (me refiro aqui ao mapa do Ingresso Solar em Áries, em março desse). Um Saturno que já foi desafiado por um Marte em Leão entre junho e julho — período de maior pressão popular contra o governo nas ruas — e tensionado por Marte em Escorpião desde o fim de outubro. Apesar disso tudo, esse Saturno em signo fixo, num mapa diurno e na casa 11 é testemunho das alianças e acordos invisíveis que asseguram sua permanência lá no alto, uma verdadeira blindagem política que envolve fortemente o Poder Legislativo. O cenário político é mesmo muito mais complexo do que a maioria de nós imagina. Honestamente, toda a movimentação ao longo dessa última lunação me leva a pensar que a saída possível está mesmo nas eleições do ano que vem.
Vocês perceberam que a chegada da nova variante Ômicron coincidiu certinho com a combustão de Mercúrio em Sagitário? Muita confusão e pouquíssima objetividade e clareza em relação ao seu potencial de risco marcaram o fim de semana passado e início da última semana. Não cabe à astrologia a avaliação da seriedade de uma nova variante de vírus, já que temos especialidades muito mais adequadas para isso; o que eu posso dizer é repetir o mesmo que escrevi lá no começo do ano: apenas quando Júpiter ingressar em Peixes definitivamente (dia 29 de dezembro) é que será possível pensar numa melhora mais estável de cenário coletivo, e mesmo assim, é preciso considerar que o ano astrológico só vira em março de 2022. Os mapas dos meses à frente não me parecem indicar forte agravamento do cenário pandêmico, mas previsão não é promessa de melhora, é preciso agir de acordo. Sigamos nos vacinando (não só contra COVID!) e usando máscaras apropriadas.
Aliás, ainda falando sobre a nova variante, esse tuíte aqui viralizou essa semana e é todinho sobre o ciclo de Júpiter-Saturno em Aquário que estamos vivendo:
Ou os direitos são para todo mundo, ou estaremos arruinados. A defesa pela igualdade e justiça democrática é um dos pilares simbólicos do ciclo de 20 anos iniciado em dezembro de 2020, e a partir da próxima edição, vou retomar os textos que escrevi sobre esse assunto há 1 ano atrás, pra gente relembrar juntes um pouco sobre o que envolve esse ciclo coletivo maior em que estamos inseridos.
E por último, uma ótima notícia chegou nos últimos dias e que tem muito a ver com uma previsão escrita por mim no início de setembro:
Um novo medicamento de dose única para o tratamento do HIV foi aprovado essa semana pela Anvisa, alvo de um estudo divulgado na 8ª Conferência Europeia de AIDS desse ano que assegurou sua eficácia e segurança. A conjunção Júpiter-Saturno em Libra no início dos anos 1980 tem relação direta com a epidemia de Aids dessa década; o diagnóstico de uma doença que há 40 anos era praticamente um sinônimo de morte, hoje pode ser tratada por uma única medicação. O preconceito, a desinformação e a baixa testagem ainda são problemas, claro, mas fiquemos aqui com a perspectiva favorável do efeito do tempo sobre problemas que já foram protagonistas de grandes crises coletivas.
lunação de sagitário
4 de dezembro de 2021 a 1º de janeiro de 2022
Chegamos à uma nova lunação que também foi um eclipse solar anular visível em maior parte apenas da Antártida, mas também em parte do extremo sul da América do Sul e sul da África e da Austrália — ou seja, para nós no Brasil, ele não foi de relevância direta.
O mapa calculado para Brasília traz o ascendente em Escorpião alinhado à estrela Rigel Kentaurus e Marte no mesmo signo conjunto à Agena; ambas são estrelas da constelação do Centauro — que não é a constelação de Sagitário, o arqueiro, e sim do centauro Quíron, uma figura mitológica que remete aos saberes e à cura. É provável que um dos assuntos que despontem nesse período sejam os trâmites para aprovação da vacinação de crianças contra a COVID, talvez com dificuldades até meados do mês, mas que parece se desenrolar de forma favorável a partir da Lua Cheia no próximo dia 19.
Teremos movimentações planetárias importantes dentro dessa lunação, amarrando o ano-calendário de 2021: no dia 13, Marte entra em Sagitário e Mercúrio, em Capricórnio; no dia 19, pouco antes da Lua Cheia, Vênus inicia sua retrogradação; por fim, no finalzinho da lunação, teremos a entrada de Júpiter em Peixes, no dia 29 de dezembro. Apesar dessas mudanças de signos, não vejo essa lunação como um período tão agitado; o aspecto mais definidor é a quadratura de Marte em Escorpião com Júpiter em Aquário, que se concluirá já nos próximos dias e encerra as promessas de ruptura e perigos que o mapa do trimestre (iniciado na primavera) carrega. Falando de forma clara: se nenhum evento relevante se revelar com a conclusão desse aspecto na próxima quarta-feira, não temos mais o que esperar esse mês em relação à aplicação de justiça frente a investigações de corrupção no âmbito do Poder Executivo.
A quadratura de Marte e Júpiter é sempre potencialmente explosiva e instável — especialmente em termos de tensões e/ou acidentes envolvendo edificações, questões ambientais e territoriais. Após a conclusão desse aspecto, no entanto, esse me parece um ciclo relativamente ameno, não tão caótico e intenso quanto os últimos. Vale lembrar também que no dia 21 de dezembro teremos a chegada do verão no hemisfério sul com o Ingresso Solar em Capricórnio, que inaugura o último trimestre desse ano astrológico, que segue até março. As previsões mais específicas sobre os próximos três meses vêm na próxima edição.
Essa é uma lunação que acende os os temas de casa 2: comida, alimentação economia, finanças, poder aquisitivo, abastecimento, entre outros. É bem possível que tenhamos alteração ou oscilações relevantes em relação à esses assuntos, especialmente em termos de comércio, exportação e importação. A retrogradação da Vênus tocará nessas questões e indica instabilidade e reestruturação nas questões materiais e financeiras, preocupações fundamentais num cenário em que a fome só cresce entre as populações mais vulneráveis. A Lunação de Sagitário conflagra, enfim, um novo ciclo carregado de menos tensões e arroubos nas esferas do poder, mas evidencia a urgência da luta por justiça alimentar.
Eqüina, colagem digital minha de 2019
céu da semana – 6 a 11 de dezembro
Uma semana de humor variável, porém definitivamente menos angustiada que muitas das que vivemos nos últimos meses. O período mais complicado será da passagem da Lua por Aquário, entre a manhã de Aquário e a manhã de quinta.
Vênus em Capricórnio irá retrogradar apenas no dia 19, mas fica já o aviso de que já a partir do dia 12, uma semana antes do início da retrogradação, os assuntos representados por esse planeta já ficam prejudicados: pra lançar um projeto artístico e começar um namoro, por exemplo, não é um momento muito bom. De toda forma, a gente faz o que pode com o que tem.
Amanhã é segunda-feira e a Lua em Capricórnio passa o dia se aproximando da conjunção à Vênus no mesmo signo, o que se conclui à noite. Um início da semana bem pragmático, sem rodeios nem ou fantasias, um dia prático e objetivo que pode até pender pra um pouco de rispidez, mas não me parece indicar briga.
Na madrugada de terça a Lua ainda em Capricórnio alcança o sêxtil com Marte em Escorpião, uma noite de sono meio em alerta, tensionada. No começo da manhã, a Lua entra em Aquário e passa o dia atravessando esse signo sem completar mais aspectos. Terça é dia de Marte que está prestes a completar a quadratura com Júpiter, portanto, esse é um dia de vigilância — a nível individual, atenção especial em relação ao corpo para possíveis lesões e acidentes.
Quarta-feira temos uma madrugada intensa e esquisita com Lua em Aquário encontrando Saturno no início da madrugada e Marte finalmente finalizando a quadratura com Júpiter no meio da madrugada. De dia temos o sêxtil de Lua com Sol e de Lua com Mercúrio, no fim da noite, o que ajuda a dissolver um pouco esse cenário abrupto de risco e embate. Assuntos de justiça, ética e conhecimento vêm à tona.
Na quinta temos a Lua alcançando conjunção com Júpiter e quadratura com Marte em Escorpião entre o fim da madrugada e início da manhã, o que promete mais uma madrugada inquieta. No fim da manhã a Lua entra em Peixes dá uma apaziguada e descontração, dando um tom mais tranquilo e disperso ao dia.
Sexta continua nessa pegada mais calma e distraída; o único aspecto concluído no dia é o da Lua em quadratura com o Sol em Sagitário, formando o Quarto Crescente. Há uma ênfase de assuntos de casa 5 aqui — crianças, entretenimento, festas e prazer. Meio idealista, meio relaxado: parece apropriado para uma sexta-feira.
Encerrando a semana, sábado temos vários movimentos: Lua conclui o sêxtil com Vênus e a quadratura com Mercúrio entre a manhã e início da tarde; Mercúrio faz sêxtil à Júpiter e a Lua fecha o trígono à Marte na parte da tarde. No fim da tarde, ainda, a Lua ingressa em Áries. Não é um dia ruim, mas o que pega aqui é um tom de superdimensionamento das situações, uma má avaliação de cenário ou uma percepção confusa dos fatos, o que pode gerar desentendimentos e falhas de comunicação. Melhor evitar grandes debates e conversas importantes. No mais, bom pra espairecer, passear, descansar, etc.
pra desopilar
A única playlist possível para recomendar nessa lunação é Lua em Sagitário canta, composta apenas por artistas (cantores e/ou compositores) nascidos sob essa Lua e uma criação coletiva da Vega, que envolveu muita pesquisa de datas de nascimento e curadoria de canções. Músicas que evocam um brilho luminoso, uma chama acesa dentro do peito, uma esperança de futuro, uma promessa do descanso e união que chegam com o recesso do fim do ano no calendário gregoriano. Recomendo demais.
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Um abraço e até semana que vem,