Tenho escrito há algumas edições sobre Júpiter em Peixes e suas benfeitorias — ou, no mínimo, de sua contenção de danos — nos últimos meses (recomendo em especial a edição #23, quando voltei das férias inebriada pela experiência de ouvir Mateus Aleluia cantando ao vivo em Salvador).
Amanhã é Lua Nova, início de uma nova lunação, que é como o “mês” na astrologia. Lunação de Touro, no caso, a segunda do ano astrológico que começou lá em março. Mas amanhã também é dia de um encontro mais do que esperado no céu: Vênus, também em Peixes, finalmente se encontra numa conjunção perfeita à Júpiter. É um evento magnânimo, belo e importante astrologicamente. Em termos individuais, nem tanto, mas pode ter sim seus efeitos percebidos — escrevi sobre eles na perspectiva de cada ascendente na penúltima edição.
Em termos coletivos, aí sim, tem grande relevância: como escrevi nas previsões para o ano, me parece que a conjunção desses dois planetas indica uma fase de encerramento da pandemia; é possível sim que esse evento seja indicador de uma nova variante, mas provavelmente uma significativamente mais branda (e contagiosa).
Outros significados gerais da união Vênus-Júpiter têm a ver, claro, com amizade, prosperidade, união e erotismo — favorece a fertilidade, concepção, matrimônios, festejos, enfim, tudo aquilo que é prazeroso e agregador. Dá pra falar de tudo isso num cenário tão caótico quanto o que vivemos? Ô se dá. O desfile das escolas de samba do Rio no último fim de semana foi quase um ritual, uma gira, um descarrego coletivo. “Canta forte minha Vila, a vida vai melhorar”, diz o samba da Vila Isabel. Isso não tem a ver com esperança vazia, mas sim com a confiança de um sonho. Sem confiança não se faz muita coisa, e sem sonho a vida vai definhando. Além do mais, os grandes mestres Simas e Rufino dizem que é no vazio deixado pela ordem hegemônica que “eclodem as táticas de resiliência que jogam com as ambiguidades do poder, dando golpes nos interstícios da própria estrutura ideológica dominante”. A gente não muda realidade alguma, enfim, ficando estático e descrente.
Bom, o aspecto da fé da espiritualidade também são enriquecidos pela união de Vênus e Júpiter, e é aqui que eu puxo o gancho para falar de uma última particularidade que enxergo nessa conjunção: a da cura. Sei que é difícil conceber a ideia de cura ainda em meio à uma pandemia com tantas perdas e no embrutecimento de uma realidade brasileira escasseada de tantas maneiras. Mas esse encontro planetário também versa sobre a cura e favorece esses processos, e aqui prefiro pensar de forma simples e localizada: no frenesi das tarefas e demandas cotidianas, busque cultivar seu espaço de cuidado e cura. Isso requer uma prática firme de presença, mas que pode ser exercida de inúmeras formas: no alvorecer silencioso e solitário da manhã, num banho relaxante, num contato íntimo com a natureza ou mesmo no meio de uma multidão, entre muita dança e música. Entrar em contato com a dimensão subjetiva é coisa que muitos de nós evitamos fazer pelo automatismo do tipo de vida ao qual nos adequamos. É preciso lavar, deixar ir, dissolver a mágoa que mora dentro de si. Não se fecha ferida do dia pra noite, mas algumas ocasiões como essa — o encontro dos dois benéficos em afinidade no céu — é um momento a ser apreciado.
Por fim e (decerto) não por acaso, acabei lembrando de uma música enquanto escrevia essa introdução, então vou deixar ela aqui:
lunação de touro — 30 de abril a 29 de maio
Lunação de Touro — colagem digital novinha que fiz inspirada nessa lunação.
Eu poderia abrir essa seção falando sobre a aprovação da compra do Twitter, sobre anonimato e autenticidade, sobre fraude e robôs — esses temas foram tão presentes na última semana que atravessaram desde a questionável final do BBB (cuja votação teria sido alterada por robôs), até o (pouquíssimo noticiado) aumento exponencial nos últimos dias do número de contas falsas (novamente, robôs) seguindo contas de membros do governo, além de serem pauta principal no que o Elon Musk defende para o Twitter, com a verificação de contas de todos os usuários da plataforma (caso ele compre mesmo, o que ainda não ocorreu); ah, ainda teve reunião do Bolsonaro com os representantes do Whatsapp, que decidiram só lançar o novo recurso de megagrupos no Brasil após as eleições, contrariando a vontade do presidente. A meu ver, nunca se falou tanto de robô por essas bandas. O fato é que essa última Lunação de Áries de casa 3 (comunicações) — que começou com um Mercúrio combusto (ofuscado pelo Sol), e terminou com um Mercúrio fortalecido na casa 9 (justiça e regulamentação) — tem tudo a ver com isso aí. Mas tudo isso, enfim, é assunto desse fim de lunação que já se encerra, então não vou me estender.
Vamos ao mapa da Lua Nova!
A Lunação de Touro se inicia com o encontro dos luminares (Sol e Lua) bem próximos do horizonte oeste, logo antes do Sol se pôr. Essa Lua Nova será também um eclipse solar, mas que não será visível aqui no Brasil, portanto não há relevância direta para nós. O eclipse será mais visível no extremo sul da Argentina, na Terra do Fogo, mas também em porções mais acima no país, e também no Chile e Antártida. No Uruguai, Paraguai, Bolívia e Peru ele será visível rapidamente em algumas regiões.
Os luminares se encontram justamente na casa 7, local que trata das relações do Brasil com outras nações. Sei que tenho falado muito de justiça por aqui nas minhas últimas previsões, mas vou repetir: esse encontro de luminares na casa 7 vêm conduzir assuntos importantes da esfera do poder para o âmbito internacional. Será que tem a ver com as respostadas requisitadas pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU ao governo Bolsonaro? Me parece muito provável. A reputação do Brasil, os mecanismos de justiça e o nosso regimento interno estão na mira dos olhares de fora.
Na falta do boletim no feriado, acabei perdendo o timing para escrever sobre a condenação pelo STF seguida da graça concedida pelo Bolsonaro ao Daniel Silveira, o deputado odioso ligado a muitos eventos lamentáveis, entre eles o episódio da quebra da placa com o nome da Marielle. Nas previsões da última Lua Cheia, mencionei o filho mais jovem do Bolsonaro sendo simbolizado pelo Mercúrio na casa 9 por parecer se tratar de uma figura politicamente implicada, porém de menor escalão, e agora me parece óbvio que o Mercúrio representava o deputado mesmo. No mapa acima, Mercúrio aparece agora já em Gêmeos, na casa 8, cenário de crise, sim, mas que não me parece indicar mudança da sua situação, pelo menos não até o dia 15. Seguimos de olho.
Esse mapa curiosamente também inaugura um ciclo marcado pelos temas de casa 5: jovens, crianças, entretenimento, prazer, sexualidade, concepção, gestação, jogos, competições e diversões em geral. Com os luminares na casa 7 sendo regidos pela Vênus em Peixes cravada na conjunção com Júpiter na casa 5, não me resta dúvida: durante esse ciclo, o corpo é uma festa — pelo menos até segunda ordem, quando a Lua Cheia chegar. Essa Lua Nova chega abrindo espaço para os afetos e a vivência do prazer, à fruição do desejo, aos encontros satisfatórios, às relações concretas. Há muita margem para as festividades e lazer, para as vivências artísticas e experiências criativas e para todas as atividades que exigem manifestação da própria vontade, demonstração de desempenho ou exercício do que é prazeroso. A casa 5 é uma casa extremamente ativa, fértil e produtiva; é tempo de criar beleza, prazer ou novos frutos, transbordando afora o que já não cabe só no próprio corpo. Por se tratar de um mapa noturno, a presença de Marte nesse local não traz danos ou riscos sérios em relação à essas vivências, mas pode sim indicar um excesso de competitivdade.
O que eu tenho pra falar de mau sobre esse mapa é, claro, o Saturno em Aquário na casa 4: indica agravamento das condições (já bem ruins) nos temas de terra e moradia. A continuidade da violência das invasões de garimpeiros aos territórios indígenas segue como um tema de muita atenção, e mais invasões devem ocorrer. É um ponto crítico, mas que parece receber também maior atenção e pressão a respeito.
Por ora, me atenho a essas previsões; na edição da semana que vem, retomo esse mapa para mais algumas complementares. E uma boa Lua Nova para nós.
mudança de plataforma!
Você provavelmente reparou que esse meio do céu chegou de forma diferente, né? Pois bem: mudamos de local de publicação e agora a nossa morada é no Substack, uma plataforma pensada especificamente para leitores e escritores de newsletters focadas em conteúdo (e não em e-mail marketing). Passei um bom tempo pesquisando opções e planejando essa mudança, e agora, enfim, cá estamos. Com isso, vou apresentar os 5 recursos que me convenceram a fazer a migração e que devem enriquecer muito mais a nossa experiência por aqui:
Página de visualização. Sim! Você seguirá recebendo cada nova edição na sua caixa de entrada, mas agora também temos uma página principal com tudo que já foi publicado, tipo um blog mesmo. Bem arrumado, organizado e fácil de ler. Ter esse arquivo acessível pra qualquer um ler era uma coisa que eu sentia muita falta. Agora temos!
Temos likes e comentários. Na página do meio do céu, ao clicar em cada edição e rolando até o fim do texto, você verá os botões de dar like, compartilhar e deixar um comentário. Ei, deu um baita trabalho migrar todo o conteúdo pra cá, então vão reler algumas edições anteriores e deixar uns likes e comentários? Por favorzinho? Esse recurso foi um dos mais convincentes pra fazer essa mudança, porque sinto falta da interlocução e pouca gente me escrevia respondendo por e-mail, então façam o favor de comentar, hein.
Ferramenta de busca. Preciso explicar? Várias vezes eu me peguei querendo lembrar de algum trecho que havia escrito em alguma edição e não lembrava mais qual; a saída era usar a busca do e-mail, que é limitada de várias formas. Agora vocês podem usar essa ferramenta específica do meio do céu e buscar pelo que quiserem — já são quase 40 edições, tem muito conteúdo aí!
Acesso a todas as edições exclusivas. Quem já era assinante apoiador ganhou vantagem aqui: todas as edições exclusivas já publicadas estão disponíveis aqui, então mesmo que você seja um apoiador recente, pode ir voltando no arquivo para ler as anteriores. Sem falsa modéstia, a melhor coisa do meio do céu são as edições especiais. Se você ainda não é apoiador, agora pode também dar uma espiadinha no conteúdo e ler a introdução delas aqui. E vê se assina, pô. Eu sei que a situação não tá fácil, mas são R$7!
Pagamento direto na plataforma. Falando em dinheiro, o pagamento mudou: agora é cartão de crédito diretamente pelo Substack, com renovação automática. E tem a opção de fazer o pagamento anual também, com descontão: ao invés de R$7 mensais, você paga R$80 pelo ano. Se você já é apoiador assinante, não precisa se apressar: vamos fazer a migração aos poucos.
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abraços e até semana que vem,
Eu adorei essa nova atualização de plataforma, e já comento então que essa conjunção traria cura e curiosamente (ou não) eu e meu irmão que tínhamos brigado no início do ano nos reconciliamos após esse encontro de Vênus e Júpiter e eu nem esperava por isso. Mais uma vez, servindo demaaaais.
Adorei a nova plataforma e a forma como os conteúdos estão dispostos! Adorei o acesso às edições especiais anteriores e o pagamento renovável automaticamente! E amo seu conteúdo em geral 💗