Que semaninha, hein, pessoal? Tanta oposição e aspecto difícil no céu cobraram seu preço. Nos próximos dias temos a esperada chegada da Lua Cheia em Gêmeos, na madrugada do dia 8, e também os ingressos de Mercúrio e Vênus em Capricórnio. Hoje temos uma edição mais curtinha, já que ela vem acompanhada da terceira rodada do respondendo perguntas. Mas depois de dias tão tensionados e à flor da pele, acho que ainda me resta falar sobre o céu.
Atualmente, com exceção da Lua (sempre transitória) e de Saturno, que está em Aquário, todos os astros clássicos ocupam signos mutáveis no céu: Júpiter está em Peixes, Marte está em Gêmeos e o Sol, Mercúrio e Vênus atravessam o signo de Sagitário. É muita mutabilidade, muita inconstância e instabilidade. Venho escrevendo sobre os signos do zodíaco a partir das diferentes qualidades dos elementos (comecei com o fogo e segui com a terra) e, nesses textos já publicados, escrevi sobre os signos mutáveis expressarem tanto encerramentos quanto recomeços — e, portanto, também estarem associados à mudança e à esperança que acompanha esses processos. Antes da mudança ocorrer, porém, há muitas vezes o esgotamento de possibilidades. O beco sem saída. O reconhecimento da impossibilidade de seguir da forma como vinha sendo. Mudar é natural, mas não é necessariamente confortável, o que justifica a indisposição de tanta gente com a ideia de não se permanecer exatamente como está agora.
De certa forma, a qualidade mutável é um convite à lidar com a indefinição e com as oscilações do barco. É preciso uma certa experiência adquirida para encarar essas circunstâncias sem perder a cabeça — o que, muitas vezes, é chamado de maturidade. O tempo parece mesmo ajudar a lidar melhor com a indefinição, e pode nos dar firmeza para habitar com mais familiaridade o espaço transitório entre diferentes fases e situações. Você pode argumentar que tudo está sempre em movimento ou em processo, e eu concordo com isso: mas a astrologia também nos ensina que o tempo tem uma natureza que ora é de início, ora de continuidade e ora de mudança. Com um céu coroado de planetas em signos mutáveis como o de agora, não me resta dúvidas de que vivenciamos, nessa Lunação de Sagitário, o terceiro caso.
Só que o excesso de um tipo de ritmo expressa, entre tantas outras coisas, antagonismo: signos da mesma qualidade sempre fazem aspectos tensos entre si, de quadratura ou oposição. Com isso, acho que a reflexão que gostaria de propor nessa aproximação com a Lua Cheia é a de buscar enxergar os incômodos que têm vindo à tona, pouco a pouco, desde o começo desse ciclo — circunstâncias que atingiram limites, pontos de pressão que não são mais aceitáveis e necessidades de mudanças que precisam ser feitas. Há sempre espaço para se abrir para o novo. Existem, claro, problemas que não estão na nossa alçada para simplesmente decidir resolver, que estão além dos nossos domínios. Mas há uma flecha a ser atirada, uma escolha que nos cabe em cada encruzilhada. Não precisamos ser ou estar de qualquer forma que não nos serve mais. Aliás, o ser como algo estanque e definitivo também é uma ilusão: se apegar à uma forma estagnada de viver e agir também nos impede de criar outras para existir nesse mundo e reinventá-lo. Já fomos de muitos jeitos, e poderemos ser de vários outros. A qualidade mutável nos mostra que nem tudo que nos ocorreu na vida precisa definir a nossa história, e que a disposição de recomeçar é uma oferta generosa que fazemos à nós mesmos. Há algo que sempre permanece conosco — mas todos nós precisamos, eventualmente, fazer algumas mudanças.
respondendo perguntas #3
Terceira edição do respondendo perguntas no ar!
Recebi ótimas perguntas nessa última leva da caixinha que abri lá no Instagram, então decidi responder apenas metade delas nessa edição, e devo trazer a outra parte em mais uma rodada dessa editoria, nas próximas semanas. Peço desculpas pelo excesso de ruído no áudio em alguns momentos — gravar com o celular dentro de casa num bairro movimentado tem suas complicações, mesmo fugindo dos horários de pico. Quem quiser ouvir as rodadas anteriores dessa seção, é só acessar as edições #49 e #54. Sem mais delongas, solta o play:
transsaturninos, previsões que não se confirmam, significadores de dentistas, oposições entre maléficos, planetas sem aspectos e um pouco sobre meu processo de pesquisa e escrita
para conhecer
Na edição de hoje e nas próximas de dezembro, decidi abrir espaço para divulgar algumas iniciativas e projetos dos quais gosto e admiro — uma forma de incentivar criadores independentes e fazer mais gente conhecê-los.
Começo pela Carla Soares, que escreveu essa semana uma belíssima edição com dicas de 13 presentes anticapitalistas para o Natal (que bela surpresa ver o Lunário por lá!). Carla se descreve como “escritora, cozinheira e naturalista amadora”. Conheci o trabalho dela só esse ano, mas as edições do OutraCozinha foram algumas das melhores leituras de newsletter dos últimos meses: me ajudaram voltar a ter apreço em ocupar a cozinha de forma despretensiosa e criativa, além do texto em si ser um deleite, sempre com reflexões pertinentes e temas interessantes. Essa edição sobre como preparar um molho com 30kg de tomate, uma das mais recentes, é um exemplo perfeito disso tudo. Você pode apoiar o trabalho da Carla diretamente por esse link ou pela assinatura do Substack, mas também acompanhando o conteúdo que ela cria nessas plataformas e nas redes sociais, tudinho linkado lá no site dela.
A Natália Xavier é uma artista visual, cantora e compositora que eu conheci por meio da astrologia (porque além de tudo isso, ela também é astróloga!). Natália cria com palavras e imagens suas artes em múltiplos formatos: objetos, cadernos, ilustrações, pinturas, livros… talento de sobra mesmo, desses que dá gosto de ver. A loja online dela tá recheada disso tudo, aberta para pedidos e com opções encantadoras pra presentear quem você quiser.
Por último, hoje, um fato pessoal aleatório: tenho uma grande paixão por podcasts narrativos de causos sobrenaturais e de terror. O Aconteceu Comigo é um desses que traz relatos reais de ouvintes, mas com o diferencial de ter um grupo de apresentadoras versadas nos temas de ocultismo e espiritualidade, o que torna tudo muito mais interessante, justamente pela capacidade delas de reagir, interpretar e levantar hipóteses sobre os eventos contados. Existem muitos podcasts com formatos parecidos, mas por essa razão, o Aconteceu Comigo se tornou meu preferido. Não perco um episódio sequer (e um dia ainda mando alguma história pra lá, porque causo não me falta). O AC é parte da grande família de projetos do Mundo Freak Confidencial, que possui uma plataforma de apoio recorrente.
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um abraço e até semana que vem,
Ah Isis, que simpatia devolver a indicação. Muito obrigada 💚