Oi. Tudo bem? Como vocês tão? Eu tô sumida, é claro.
Em minha defesa, tenho até uma explicação astrológica pra isso: sumi junto do Eclipse Solar do meio de outubro, que aconteceu a 21º de Libra — que, não por acaso, é bem próximo do grau do planeta que rege meu ascendente natal. Eclipses costumam representar apagões, sumiços e ocultamentos, isso desde os primórdios da astrologia. No caso atual do Brasil, tivemos apagões literais nas últimas semanas, como o corte no fornecimento de energia elétrica por dias em São Paulo e no Rio de Janeiro. A nível individual, porém, às vezes o efeito de um eclipse é esse mesmo: sumiço. E desgaste, naturalmente — sumi por conta de uma viagem a trabalho bastante intensa e exaustiva, não pra tirar férias relaxantes. Só que aí eu voltei, há uma semana, e segui sumida. Segui exausta e sobrecarregada a nível físico, mental e emocional. Em outras palavras, com sintomas de eclipse. E quando escrevo isso, não quero dizer que o eclipse causou nada na minha vida, mas acho que, a essa altura, quem lê essa newsletter já entendeu que astrologia é uma linguagem que descreve relação entre os movimentos e fenômenos do céu e os eventos que ocorrem na Terra. Não é questão de influência, mas de analogia. Cês sabem, né?
Bom, o fato é que eu não contava com ser eclipsada, e não por falta de conhecimento ou prática. Acho que entrei em negação mesmo. Acontece. Poderia ter imaginado e previsto, mas preferi não ver. Sabe a coisa do limite pessoal? Eu cruzei o meu e devo ter corrido uns 10km além dele. A minha sobrecarga não começou com o eclipse, mas definitivamente algo mudou nas últimas semanas. Daí, abri esse editor de texto hoje e comecei a reunir os pontos de anotação que fiz na oficina de astrologia mundana que ministrei ontem, pronta pra escrever mais uma edição — só que ela não veio. E nem vai vir tão cedo.
Estou dando voltas, então vou ser direta: estou entrando num hiato. Uma pausa necessária. Um período off, entre temporadas. Em teoria, acho tudo muito razoável e coerente: sou astróloga e uma grande defensora da sazonalidade e partido de que não precisamos estar iguais ou fazer a mesma coisa da mesma forma o tempo todo. Mas na prática, me dói um pouquinho ver que a Meio do Céu chegou a 3 mil assinantes nas últimas semanas, e que essa é a edição número 99, mas que uma interrupção será necessária antes de alcançarmos a centésima. (Ah, o drama — me respeita, que eu sou escorpiana.)
Eu adoraria poder dizer que esse é um hiato criativo, uma pausa digna para o ócio, mas a verdade é que eu estou na reta final de um mestrado e tenho uma dissertação inteira para escrever. Depois de sustentar a sensação de dívida e falta com esse compromisso durante o ano inteiro, chegou a hora de fazer algo a respeito. E aí, gostando ou não, a Meio do Céu é um compromisso que eu posso afrouxar, com o qual eu tenho poder de decisão para pausar temporariamente.
O plano é que esse hiato dure cerca de três meses, no mais tardar até março. Esse é justamente o período em que me dedicarei à escrita da dissertação, e pretendo retomar a newsletter quando entregar o texto para a banca. Tomei a decisão de pausar a cobrança das assinaturas pagas até o meu retorno — sei que muitos de vocês não se importariam em seguir contribuindo mensalmente com o trabalho, mas fico mais em paz fazendo dessa forma.
Quem quiser me apoiar de alguma outra forma, é só dar uma passadinha na loja Alfa Serpente e escolher uma zine ou o Lunário para comprar, o que vai me fazer muito feliz. A loja seguirá aberta, porque essa é uma das empreitadas que eu tenho em parceria com mais pessoas, não trabalho sozinha e consigo distribuir as demandas. Aliás, apesar de ter publicado aqui sobre o Lunário 2024, tivemos lançamentos de outras duas publicações colaborativas que são projetos muito especiais: a zine sobre Temperamentos na Astrologia e o Volume III da série sobre Estrelas Fixas! Quem não viu, que vá ver logo:
E é isso, minha gente. Eu só posso agradeço a atenção, a compreensão e o carinho que tantos de vocês têm com esse projeto. Me sinto sortuda demais por poder pesquisar, escrever e publicar sobre astrologia sendo lida e apoiada por tanta gente. E sigo confiante de que, mesmo com as oscilações naturais, esse é um trabalho que amo fazer e desejo continuar fazendo. É hora de atravessar o túnel do fim de temporada acadêmica, mas vejo vocês do outro lado.
Um abraço e até (não tão) breve,
Respeito de si é a melhor coisa.
Sustentar as pausas necessárias. Você é inspiração Ísis. Muito boa sorte nesta empreitada da dissertação!!