Olá! Essa é uma edição extra fora do cronograma da newsletter com um compilado de textos que foram publicados no ano passado: em outubro de 2021, escrevi essa pequena série sobre a experiência oracular, dividindo o conteúdo ao longo de 4 edições. Muita gente se tornou assinante desde então, e achei que valia republicá-los numa edição única, para salvar e reler de forma mais prática. Espero que gostem. Até domingo!
parte 1: revelação
A experiência oracular é um tipo de atividade que foge do dia a dia comum da maioria das pessoas, mas que envolve boa parte da minha rotina de trabalho e, portanto, me provoca muitos pensamentos a respeito. Existem diversas expectativas, dúvidas e angústias sobre como lidar com um oráculo, da parte de quem se consulta, mas também questões éticas e filosóficas que envolvem essa prática por parte do oraculista. Nessa primeira parte, abordaremos a ideia de revelação, um aspecto fundamental dessa experiência.
Nos tempos atuais, oráculo costuma ser definido como o instrumento ou o meio pelo qual uma pessoa obtém respostas ou orientações acerca de questões variadas. A natureza do oráculo, portanto, é de revelação ou de elucidação a respeito de fatos, eventos e situações diversas. Não se trata necessariamente de uma experiência espiritual, embora muitos oraculistas tratem sua prática dessa forma. Existem muitos tipos de oráculos, a astrologia possivelmente sendo o mais complexo e técnico deles, já que envolve uma base filosófica específica, um sistema intrincado de funcionamento, um extenso vocabulário próprio e muito estudo e preparação prévios para possibilitar ao oraculista as ferramentas necessárias para interpretação dos mapas.
Ainda em termos de revelação, há de se considerar que muitas pessoas esperam ser profundamente surpreendidas e atravessadas por uma experiência oracular, talvez porque seja algo que não se vive cotidianamente, talvez por ser uma prática que foge aos moldes contemporâneos do que é lógico, ou que desafia uma compreensão científica da realidade. É importante ter em mente, no entanto, que nem toda experiência oracular vai trazer, necessariamente, fatos inéditos ou extraordinários. Como falo em muitas das minhas consultas, eu interpreto mapas — o que pode ser de enorme utilidade e auxílio, já que mapas indicam caminhos e orientam o seu percurso; para muitas pessoas, no entanto, uma leitura pode servir apenas para assegurar uma percepção que já existe, como confirmação do que elas já estão decididas a fazer. Em outras palavras, há quem se guie e se vire bem nas próprias rotas sem precisar de mapa algum.
Outro aspecto da revelação que gostaria de trazer aqui envolve o potencial ganho de consciência que envolve a experiência oracular. Eu acredito no oráculo astrológico enquanto experiência porque ele carrega o potencial de iluminar situações de forma a enxergarmos com mais nitidez. Se trata de adquirir consciência a respeito de certos fatos sobre nós, a vida, o futuro, etc. Apesar disso, mais um "porém" entra na nossa lista:
“A capacidade de ver e descrever a própria realidade é uma etapa significativa no longo processo de autorrecuperação; mas é apenas o começo.
— bell hooks, em Feminist Theory: From Margin to Center
Essa frase da bell hooks faz parte de uma crítica dela às limitações iniciais do movimento feminista, o que não tem nada a ver com o tema aqui, mas que me veio como uma síntese imprescindível sobre o lidar com informações reveladoras: ganhar consciência a respeito de um problema não é o mesmo que resolvê-lo. Estar consciente de novos fatos pode ser instigante, tranquilizante e motivador, mas é apenas um primeiro passo. O que se faz após a experiência oracular é muito importante, pois a forma como se recebe informações também importa: é por isso que a ética e o trato do oraculista são tão importantes, pois não é cabível alguém sair de uma leitura astrológica em estado pior do que entrou. Quando isso acontece, o propósito do oráculo não se cumpriu.
Apontar fatos não é o mesmo que tratar deles, e essa também é a razão pela qual eu critico veementemente qualquer prática oracular anunciada como "terapêutica": oráculo não é, nem nunca será, uma prática terapêutica. A natureza do oráculo é revelar, trazer ao conhecimento; o oráculo em si não tem atribuições curativas — embora ele possa trazer informações que desencadeiem o início de um processo de cura, não é ali, numa consulta oracular, que você conseguirá vivenciá-lo. Terapia é coisa séria, que envolve formações específicas, esforço, dedicação e tempo. Não há consulta capaz de sanar ou cuidar dessas dores, porque o momento oracular não é um espaço adequado ou equipado para tal. No melhor dos casos, a leitura de um mapa poderá ajudar a desembaralhar os fios que relacionam essas dificuldades num contexto temporal e a observar essas questões dentro de uma perspectiva astrológica, o que sempre enriquece nosso ponto de vista. No mais, desconfiem sempre da abordagem oracular que se vende como "terapêutica", mesmo que o profissional por trás tenha certificação desse tipo; são abordagens e espaços de trabalho distintos e com propósitos diferentes — ou deveriam ser, penso eu.
A revelação, portanto, é 1. um aspecto inerente à prática oracular, 2. pode ser mais ou menos inédita ou surpreendente, 3. tem a função de auxiliar, elucidar ou dar mais perspectiva sobre o passado, presente ou futuro e 4. é uma experiência desvinculada dos processos posteriores de tomada de assimilação, resolução ou encaminhamento das questões colocadas.
parte 2: autoconhecimento
O autoconhecimento é um dos principais motivadores iniciais de grande parte das pessoas que se interessa por astrologia. De cara, aqui, vou jogar uma areia em cima dessa ideia de autoconhecimento, mas prometo que isso não é para desmotivar o interesse, pelo contrário — é justamente para que as pessoas se aproximem desse oráculo com uma noção mais ampla em relação ao que ele se propõe. O fato é o seguinte: a astrologia não existe para te dizer como você é, nem para descrever a sua identidade.
Com isso, não quero dizer que é um equívoco você ou qualquer pessoa buscarem um oráculo com fins de autoconhecimento, mas que é importante situar melhor qual autoconhecimento é esse que estamos falando, e a finalidade dessa busca. Vamos por partes, então.
A astrologia nasceu da observação do céu por povos antigos (os primeiros registros que temos são da Mesopotâmia), 2 mil anos antes da Era Comum (EC = a.C.). Essa observação constante do céu trouxe o entendimento da correlação entre movimentos do céu e eventos da Terra. Astrologia se trata, portanto, de um espelhamento simbólico percebido entre o céu e a Terra, retratando a natureza das coisas que acontecem no mundo. Como que, disso aí, chegamos hoje à matérias sobre Como cada signo se comporta no Tinder?
Bom, de forma resumida, a astrologia que a maior parte das pessoas conhece hoje está relacionada com a astrologia dos horóscopos do signo solar, popularizada entre o fim do século 19 e início do 20 por meio de almanaques e autores que identificaram nesse formato uma saída para simplificar o conhecimento astrológico, tornando-o mais compreensível para um grande público. (Ah, a grande diferença entre tornar um conhecimento acessível e simplificar até esvaziá-lo totalmente de fundamento!) Bem, a absorção popular da ideia do signo solar como um identificador pessoal principal rendeu tanto que chegou até os dias de hoje, de vento em popa.
Há muitas diferenças entre a astrologia moderna e a tradicional e não pretendo discuti-las aqui, mas a meu ver, cabe sublinhar aqui o que considero a grande diferença de abordagem entre as duas: sobre o que o mapa natal fala. Para a astrologia moderna, o mapa natal é a sua "identidade celeste"; cada planeta descreve um fragmento do seu Eu e do seu comportamento; Vênus é como você se relaciona, Marte é como você age, Mercúrio como você se expressa, etc. Cada coisinha que está desenhada ali diz respeito a você, a características suas de nascimento. Já para a astrologia tradicional, o mapa natal é o mapa da sua vida: está retratado ali o seu percurso de vida, o seu destino; ele é pessoal, mas não totalmente individual, porque você é parte de uma coletividade, e as principais circunstâncias da sua vida estão representadas ali, o que significa que — pasmem — nem tudo que está no seu mapa diz respeito à características pessoais suas, mas sim como tais assuntos ou contextos se manifestam na sua experiência de vida. O que é seu ou do Outro se misturam, porque assim é a vida. O seu mapa, enfim, é o mapa da sua vida: você está ali, mas acompanhado de muito mais do que apenas seu comportamento e identidade.
Acontece que o contexto em que nós (pelo menos o que eu e vocês que me lêem) vivemos é o de uma sociedade de consumo, capitalista, ocidental, focada no indivíduo. Nós crescemos nessa sociedade, e somos moldados por ela. Nossos sonhos, ambições e motivações também são, em grande parte, de caráter consumista e individual: essa é a matriz de onde nós saímos. Faz sentido pensar que a busca desenfreada por identificação é sintoma de uma sociedade em que o indivíduo é alienado do coletivo, ou em que a ideia de individualidade é muito mais importante que a de comunidade. Construir uma identidade pode ter a ver com criar laços com uma comunidade, mas o que a astrologia moderna é mais do que isso — tem a ver com definir, segmentar e pré-conceber aspectos de identidade e personalidade para todas as pessoas, a partir dos 12 signos do zodíaco. Qual o propósito disso? Hum... talvez tenha algo a ver com uma massificação de consumo e comportamento dentro desse sistema, não? Se acha que eu tô exagerando, pensa aí na quantidade de linhas de produtos que vêm aparecendo sob a temática de signos. Signo vende, porque signo = potencial de identificação para consumidores.
Identidade é algo fundamental para os seres humanos, e não estou aqui pra defender forma alguma de auto-anulação, muito pelo contrário: identidades e rótulos são formas de organização social, criam laços afetivos e são importantes para afirmação de existência e luta por direitos. Mas a camada menos óbvia e mais problemática da fissura pela identificação e o autoconhecimento fast-food é que, em termos simplórios, definição também é limitação. Um problema menos debatido sobre a difusão da astrologia moderna comercial, focada em estereótipos sobre signos solares e descrição de personalidade, é exatamente este: circunscrever pessoas diversas dentro de um grupo de características pré-determinadas pelo nascimento. Para os mais jovens e influenciáveis, a atribuição de certas características pode ser algo capaz de provocar uma percepção bastante equivocada ou limitada sobre si mesmo.
Nós também somos seres que, enquanto vivenciamos as coisas, gostamos de buscar significados e apontar razões. Não é errado observar uma criança do seu convívio que é especialmente agitada, cheia de iniciativa e energia e associar essas características à ter nascido com ascendente ou Lua em signos de fogo, por exemplo. Existem, sim, várias técnicas na astrologia tradicional para apontar o temperamento da pessoa, suas disposições mentais e emocionais, etc, porque características pessoais são parte da astrologia tradicional. Mas penso que o mais importante a se ter em mente, quando falamos de identidade, é que ela também é fluida e adaptável, pois vivemos muitas fases na mesma vida e mudamos ao longo delas; identidade é referente às escolhas e circunstâncias pessoais que vivemos ao longo do nosso caminho. Identidade, enfim, não é algo inato à nós, nem estável, definitivo, determinado pelo mapa natal ou por qualquer outra coisa.
Autoconhecimento pleno, portanto, só pode ser possível quando buscado numa via de mão dupla: me percebo como indivíduo porque me enxergo como parte de uma coletividade; me percebo parte de uma coletividade, porque me enxergo enquanto indivíduo.
parte 3: intenção
— Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?
— Isso depende muito de para onde quer ir — respondeu o Gato.
— Para mim, acho que tanto faz... — disse a menina.
— Nesse caso, qualquer caminho serve — afirmou o Gato.
— ... contanto que eu chegue a algum lugar — completou Alice, para se explicar melhor.
— Ah, mas com certeza você vai chegar, desde que caminhe bastante.— Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas
O diálogo entre Alice e o Gato de Cheshire talvez seja um dos mais conhecidos da literatura moderna, e é uma ilustração perfeita para iniciar a terceira parte desta reflexão sobre a experiência oracular.
No imaginário coletivo mais comum, me parece que o astrólogo é tido como uma espécie de adivinho, alguém que tem revelações súbitas, um grau considerável de mediunidade ou a intuição, o que permitiria vê-lo fatos acerca do futuro. O fato é que astrologia é um oráculo bem mais técnico do que se imagina, com métodos e formas bem definidos para fazer previsões; certamente alguma sensibilidade sutil pode fazer diferença na leitura de um mapa, mas é perfeitamente possível que um astrólogo desempenhe bem seu ofício fazendo apenas um bom uso do estudo, das técnicas astrológicas e da sua capacidade de interpretação.
O astrólogo, enfim, é um intérprete da qualidade do tempo. É alguém que usa das técnicas e fundamentos astrológicos para, por meio da leitura de símbolos, fazer previsões sobre períodos de tempo. E nesse caso — como toda interpretação de uma linguagem —, é preciso um certo contexto para dar sentido à leitura. Se você já fez uma consulta astrológica tradicional, provavelmente recebeu do astrólogo um pedido para contar sobre a sua situação de vida atual, bem como interesses ou motivações a serem atendidos na consulta. Isso é importante para fazer uma melhor interpretação dos símbolos dos seus mapas e previsões mais concretas, mas também há algo maior por trás desse pedido: a ideia de intenção.
Na Grécia antiga os oráculos eram também como se chamavam os locais em que as sacerdotisas faziam as revelações divinas sobre as questões que os visitantes colocavam. Ir ao oráculo, portanto, era uma ação deliberada, uma decisão a ser tomada e que exigia um tempo de elaboração para colocação da pergunta. Consultar um oráculo, hoje, ficou muito mais fácil — é possível ser atendido online por um oraculista do outro lado do mundo, a qualquer hora marcada. Essa facilidade, claro, é algo a ser celebrado (eu, pessoalmente, gosto muito de poder trabalhar pelo computador), mas também traz um risco de imediatismo, quando a intenção ou motivação do consulente pela consulta se perde no meio do caminho.
Como escrito na primeira parte desse texto, a experiência oracular não é (necessariamente) algo do outro mundo ou uma atividade espiritual. Mas ela demanda presença por parte de quem se consulta. E para obter respostas, é preciso saber perguntar — cabendo aí todo tipo de pergunta, sem julgamento de valor ou relevância. O ponto se trata, como o Gato bem coloca, de agência e intenção — se você não tem qualquer motivação ou ideia sobre para onde ir ou o que esperar à frente, o mapa irá se revelar de forma mais vaga e imprecisa. Uma experiência oracular, portanto, demanda que a gente se coloque ao centro dela — não por uma vaidade superficial ou simples auto-referência — mas como uma forma de examinar a sua própria posição e poder manifestar seus pensamentos e vontades na busca por orientação.
parte 4: equívocos e incógnitas
Nessa última parte, nos debruçamos sobre os enganos e falhas que também compõem a experiência oracular.
A astrologia pode ser definida de inúmeras formas: é linguagem, é oráculo, é cosmovisão e conhecimento. Sendo todas essas coisas criações humanas, temos que levar em consideração dois aspectos fundamentais: primeiro, que a busca humana por conhecimento tem algo a ver com uma tentativa de compreensão do mundo e de seus fenômenos. Essa motivação por associar, explicar e compreender os fenômenos é algo muito humano, perceptível desde a concepção de deuses e mitologias em diversas sociedades pelo mundo todo. Já a ânsia por controlar eventos e ocorrências não é uma experiência humana tão consistente assim; o desejo por controle e domínio também é uma das muitas heranças da colonização, que parte de uma visão do mundo como um território a ser conquistado, extraído e otimizado para benefício próprio.
Esse é um dos grandes riscos que os oráculos podem trazer às mentes mais inquietas e sugestionáveis — a ilusão de que, tomando conhecimento de previsões e sabendo o que pode ocorrer à frente, teremos domínio sobre o que irá ocorrer. Mas o oráculo astrológico apenas revela a qualidade e a natureza do tempo à frente, não nos dá poderes especiais sobre ele; tomando conhecimento ou consciência sobre os eventos, o que está sob o nosso domínio e responsabilidade são apenas as decisões que podemos fazer a respeito deles. Lidar, enfim, com o que está ao nosso alcance — e por isso a filosofia estoica é tão cara à quem se interessa por astrologia, pois trata de concentrar-se no que se pode controlar, e aceitar o que não pode.
Vivemos em um tempo em que a maior parte das pessoas possui muito mais escolha do que outrora — a previsão de uma gravidez para uma mulher cis casada há séculos atrás, por exemplo, poderia ser dada quase como certeza absoluta, visto que havia pouca ou nenhuma escolha dela sobre tal assunto em sua vida. Hoje em dia, ainda que os direitos reprodutivos não sejam uma garantia para uma enorme parcela da população, há de se considerar, em comparação, que existe muito uma margem para escolha e prevenção muito maior do que em tempos passados, e uma previsão de gravidez feita à alguém se torna muito mais uma possibilidade do que uma determinação.
“Das coisas existentes, algumas são encargos nossos; outras não. São encargos nossos o juízo, o desejo, a repulsa –em suma: tudo quanto seja ação nossa. Não são encargos nossos o corpo, as posses, a reputação, os cargos públicos –em suma: tudo quanto não seja ação nossa.” — Manual de Epicteto
O segundo aspecto sobre a astrologia ser uma criação humana tem a ver, bem, com a parte humana. A cosmovisão astrológica pode até se fundamentar numa ordem ou lógica divina, espiritual, desconhecida... mas a prática é humana mesmo. Astrólogos e consulentes, enquanto pessoas, estão sujeitos ao erro o tempo todo. O astrólogo é, sobretudo, um intérprete, e fazer uma má interpretação de um mapa ou de uma situação pelo viés astrológico é a coisa mais comum que tem. Na minha humilde opinião, astrólogo que não erra, inclusive, não está aprendendo. Uma das formas de minimizar as interpretações equivocadas que estamos sujeitos a fazer está justamente no diálogo que se estabelece com o consulente, com a pessoa que está do outro lado da previsão. Como já escrevi anteriormente nessa série, a troca, a abertura para conversa e a disposição para auxiliar o intérprete a compreender melhor a previsão é algo que torna a experiência oracular incrivelmente mais rica e proveitosa para todas as partes envolvidas. Mas para além da colaboração, há sempre a margem do erro — um astrólogo que nunca acerta previsões e análises precisa rever suas técnicas e abordagens, claro, mas algum nível de falha e engano costuma fazer parte do cotidiano do oraculista. Previsão é risco.
E por último, enfim, há o aspecto do mistério, da incógnita, do que não pode ser percebido ou determinado em dado momento — a ambiguidade faz parte da linguagem, então também pode ser lida pelo oraculista. Muitas vezes o mapa não evidencia uma previsão ou não reflete a situação com a clareza que o astrólogo gostaria. Forçar a barra para definir uma previsão, nessas ocasiões, traz o risco maior de incorrer em erro. Nem tudo pode ser visto e nem tudo precisa ser visto, mas essa é uma das limitações mais difíceis do astrólogo aceitar, porque afinal, tanto estudo e técnica pra quê? No fim das contas, acho que essa incerteza é algo a ser levado até com um certo apreço, pois dá mais limite e humanidade à essa prática que espia o futuro. Nos coloca no nosso lugar: o de pequeneza nesse mundo de possibilidades e circunstâncias cada vezes mais complexas. A experiência oracular, essa atividade tão exageradamente humana, também é atravessada por inúmeros equívocos e por incógnitas. E que bom que é assim.
um abraço e até a próxima,
Quanta clareza de pensamento, direi!
Obrigada por compartilhar <3
Fantástico!!!!