um alô, muito obrigada, e até logo!
quem é vivo sempre aparece
Peguei alguns de vocês de surpresa com esse email chegando na caixa de entrada em pleno 31 de dezembro? Aposto que sim. Desde que entrei em recesso, venho ensaiando escrever uma edição da Meio do Céu para lembrar aos leitores que essa newsletter ainda existe. Só consegui sentar para fazer isso em plena tarde do último dia do ano, mas acho que ainda vale.
2025 foi um ano importante para mim. Não fácil, não tranquilo, mas um ano de recomeço e iniciativa em vários sentidos, e também de crescimento e colheita de frutos, como se espera que um retorno de Júpiter seja (nascidos na segunda metade de 1989 e primeira de 1990 talvez se vejam nisso). Eu não tinha planos nem sabia bem o que esperar desse ano para a Meio do Céu. Sabia que escrever quinzenalmente ou mensalmente sobre lunações e ingressos seria improvável; sabia que escrever sobre a política brasileira vinha sendo desgastante, e que conciliar acompanhar o noticiário e a análise de mapas coletivos com o primeiro ano do doutorado seria impossível. (Tem coisas que não precisam de oráculo para sabermos que não vão dar certo, risos.) Na dificuldade de resolver esse impasse, o tempo foi passando, e segui ausente desse espaço, sem cabeça para escrever sobre o céu.
Para a minha surpresa, ao abrir o Substack depois de meses a fio sem pensar em astrologia, descobri que batemos 5 mil assinantes por aqui. Não só isso, mas muitos assinantes apoiadores mantiveram suas contribuições mesmo sem novas publicações. De coração, sou muito grata à confiança que vocês colocam sobre o meu trabalho, e não poderia encerrar 2025 sem agradecer a todas as novas pessoas que chegaram até aqui, e as antigas que permanecem. Obrigada, obrigada, obrigada.
Essa newsletter nasceu do desejo de criar um espaço tranquilo e confortável para compartilhar minhas análises, estudos e pesquisas astrológicas com quem tem esses interesses. Esse ano pude fazer muito pouco disso, e a verdade é que senti falta. E, se tem algo que eu aprendi sobre a minha própria vida, é que eu faço melhor as coisas que eu gosto. Que me faz bem dedicar meu tempo e atenção a elas, e não a outras. Que a medida do que me é interessante e prazeroso é, quase sempre, a melhor medida. (Isso não é conselho pra ninguém, diga-se de passagem, apenas uma experiência pessoal. Cada um sabe os possíveis buracos para onde seu próprio desejo já te levou.)
Enfim, o que posso dizer é que, em 2026, a Meio do Céu volta. Volta porque quero, porque sinto falta e porque gosto de escrever e compartilhar aqui. Em qual frequência e em qual formato isso acontecerá, é difícil dizer — o que posso garantir é que toda e qualquer edição que chegar ao seu email vai ter sido pensada e escrita com vontade, presença e intenção. E em tempos de tanto excesso e automatização, acho que isso (ainda) vale alguma coisa.

Hoje é o último dia de 2025. Quando a gente se aproxima da astrologia ou de outro saber relacionado ao tempo, é comum ficarmos obcecadas com a ideia de que o tempo linear do calendário é uma aberração, que vivemos de um jeito totalmente desencontrado dos ritmos da natureza, etc. Cá entre nós, acho que a forma como coletivamente lidamos com o tempo é a raiz de muitos dos nossos problemas, sim. Mas o caso é que o tempo linear continua existindo e se impondo sobre nossas vidas, e a gente precisa se organizar em torno dele para ser minimamente funcional e conviver em sociedade.
Eu sempre gostei do sentido de renovação que o ano novo traz, mas confesso que por pouco não decidi passar essa virada de ano sozinha com a minha gata, em casa, sem grandes eventos. Faz tempo que a virada do ano-calendário não me diz muita coisa, especialmente pensando nos ciclos de tempo do céu. Felizmente, fui lembrada de que, apesar de não seguir um ciclo temporal da natureza, o ano novo do calendário é uma celebração digna e terrivelmente humana, daquelas criadas por nós pelo simples e irrevogável desejo ou necessidade de ritualizar e atribuir significado às coisas. É claro que aquilo que se cria também deve ser celebrado!
Foi pensando sobre as formas de dividir e lidar com o tempo que, esse ano, decidi transformar o lunário em um calendário astrológico: trazer a informação sobre as fases lunares, eclipses, ingressos planetários e retrogradações para um formato que se aproximasse mais do dia a dia comum das pessoas. Facilitar a visualização desses dois tempos — o celeste e o linear — para que esse seja um instrumento de observação e acompanhamento dos ritmos ao longo do ano.

Fiquei bastante feliz com a transformação de formato, e espero que vocês também! Como de costume, vocês podem comprar o calendário na loja Alfa Serpente. Para orientar e acompanhar o uso dele, reformulei o guia de uso gratuito para quem quiser começar o exercício de observação do tempo na sua rotina e no clima coletivo geral.
No mais, feliz ano novo, né? Eu desejo a vocês um 2026 de paz, saúde, amor, sabedoria e coragem.
um abraço e até a próxima!


