edição #110, Ingresso do Sol em Capricórnio
21 de dezembro a 20 de março: o último trimestre do ano astrológico
É verão no hemisfério sul do planeta. No último dia 21 de dezembro, na primeira hora da manhã, o Sol adentrou no signo de Capricórnio. No nosso país tropical, o verão coincide com uma temporada de fortes chuvas, o que não raro ocasiona problemas que envolvem danos às estruturas — se o signo da cabra-peixe no norte está associado à escassez do inverno, aqui nessas bandas, ele tem mais a ver com criar estruturas sólidas contra outras adversidades climáticas. O Sol em Capricórnio carrega um aprendizado bonito e melancólico sobre a materialidade: o que não se constitui de forma a resistir os efeitos da passagem do tempo, está fadado a ruir e perecer.
Construir estruturas resistentes é um desafio especialmente pertinente para esse trimestre final do ano astrológico de 2024 (que, vale lembrar, só “vira” em 20 de março). Escrevo isso porque 2025 será um ano de peso em termos de mudanças estruturais, e parece que esse trimestre se inaugura como um lembrete de reunir recursos e operar mudanças necessárias para garantir provisões a todos. Isso tudo a nível coletivo, é claro; mas para quais lideranças podemos apontar e dizer que estão comprometidas com medidas de preservação ambiental, direitos trabalhistas, prevenção de catástrofes?
As previsões escritas a seguir tiveram colaboração direta da discussão coletiva da última oficina de astrologia mundana, em que participaram ao vivo Bianca Cardoso, Carol Braga, Diego Piu, Leonardo Carlin e Patricia Guedes da Silva. Valeu, turma!
No mapa calculado para a capital do Brasil, o Ingresso Solar em Capricórnio acontece junto do ascendente. O regente do mapa é Saturno em Peixes novamente na casa 3 do mapa, muito próximo ao seu posicionamento lá do início do ano astrológico. Esse é um testemunho de alerta e perigo das chuvas, algo reforçado inclusive pela conjunção à estrela Achernar, da constelação de Eridanus, também presente em março passado. O retorno de Marte a Câncer a partir de 6 de janeiro é um trânsito desafiador nesse sentido, mas o período de meados de fevereiro a meados de março é o de maior alerta para ocorrências desse tipo.
Saturno faz uma oposição exata com a Lua em Virgem na casa 9, essa que é regente da casa 7, apontando para obstáculos e problemas nas relações com outros países, especialmente acordos comerciais. Há bastante desgaste envolvido, não exatamente com o governo ou o presidente, mas provavelmente com empresários e figuras de peso de setores econômicos importantes, como a agropecuária, por exemplo. De alguma forma, porém, me parece que o Brasil sai melhor desses entraves, impondo autoridade e sobressaindo seu lado nas negociações.
A oposição entre Saturno e Lua é testemunhada de perto por mais uma oposição, entre Mercúrio em Sagitário e Júpiter retrógrado em Gêmeos. Um primeiro significado dessa oposição seria o de danos no escoamento de produção ou prejuízos na cadeia de transportes (inclusive em decorrência de eventos climáticos). Irregularidades na fiscalização, manutenção de pontes e estradas também cabem aí.
Um segundo significado possível de interpretar na oposição Mercúrio-Júpiter tem a ver com saúde coletiva, com surtos de doenças infecciosas ocorrendo no verão, especialmente de meados de janeiro a meados de fevereiro — não de forma grave ou alarmante, mas um nível de incidência de casos que se torna notícia. Como o período de calor é dado a muitas aglomerações e eventos coletivos, as possibilidades de contaminação acelerada são grandes.
Mercúrio em Sagitário está conjunto à bélica estrela Antares, em aspecto próximo à Marte retrógrado em Leão. Esse também parece ser um trimestre de retomada e mobilização de reivindicações de trabalhadores, o que pode incluir greves e paralisações, especialmente no setor de ensino e educação.
Júpiter em Gêmeos, atualmente retrógrado, retoma o movimento direto em 4 de fevereiro, o que deve apontar para algum avanço ou notícia mais relevante em relação ao inquérito nacional que investiga a tentativa de golpe de Estado.
A situação do governo e do presidente é melhor do que no último trimestre, já que ambos aparecem sendo regidos pela Vênus em Aquário na casa 2, que se afasta de Marte em Leão. Há maior controle sobre a situação econômico, embora bastante influência e pressão de figuras do mercado financeiro. O ingresso de Vênus em Peixes já no dia 3 de janeiro acende também o tema da reforma ministerial, que vai ganhando proeminência ao longo do primeiro mês do ano.
Uma oposição importante ocorre entre Sol em Capricórnio e Marte em Câncer no dia 15 de janeiro, que parece indicar alguma polêmica envolvendo figuras e autoridades da oposição política. Fugas de saída do país, declarações controversas ou mesmo rompimentos entre figuras outrora aliadas podem estar entre os significados desse aspecto.
Será que o Oscar da Fernanda Torres vem aí, para vingar aquele que não veio para sua mãe, lá em 1999? Eu gostaria de dizer que sim, mas astrologicamente o cenário tá complicado para o Brasil. A lista de atrizes indicadas sai em 17 de janeiro, bem juntinho da conjunção Vênus-Saturno em Peixes, o que me parece um sinal muito positivo para sua indicação. A premiação do Oscar, no entanto, ocorre só no dia 2 de março, logo após Vênus retrogradar em Áries; o mapa da lunação para o Brasil, nessa data, tem muito mais cara de frustração, derrota (e barulho nas redes sociais) do que de triunfo. Espero estar errada, mas… acho que não deve ser dessa vez.
Por último, pensando em trânsitos planetários do trimestre, o período mais complicado são as semanas que antecedem o ano novo astrológico, do fim de fevereiro até meados de março. Nesse intervalo de tempo, teremos Mercúrio e Vênus retrogradando em Áries, além de Marte em Câncer retomando o movimento direto (sempre perigoso). Como tudo no céu, isso também vai passar, mas fica a recomendação de evitar grandes iniciativas e novos projetos nesse período, dentro do possível. No mais, desejo um bom verão para nós, e caprichem no repelente e no protetor solar.
Queria deixar meu agradecimento especial a quem segue apoiando essa newsletter, depois de um ano tão instável por aqui. Tenho alguns planos e ideias para esse projeto em 2025, e tudo isso só é possível por conta dos apoios. A próxima edição “oficial” sobre astrologia mundana deve sair só em março mesmo, pra falar do ano novo astrológico de 2025. Mas é bem provável que eu publique uma ou mais edições exclusivas para apoiadores nos meses de janeiro e fevereiro, porque vontade e rascunhos já iniciados não faltam.
Outra coisa é que eu fiquei com vontade de retomar aquela editoria respondendo perguntas, quem lembra dela? A última vez que ela foi publicada foi há 2 anos atrás, lá na edição #64. Tem várias conversas sobre astrologia e áreas afins que valem mais a pena falar do que escrever a respeito, por isso fica o convite para vocês mandarem perguntas anonimamente por esse link, para ensaiarmos esse retorno. Quem sabe essa não volta a ser uma seção recorrente por aqui?
Um abraço e feliz 2025!
Ísis
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Infelizmente não consegui participar ontem, mas hoje vou lindona ver a gravação. Estava com saudades da News e das oficinas! Um abraço e bom 2025 pra nós.