“Eclipses são eventos de natureza coletiva”. Essa é uma máxima que vocês já leram por aqui e certamente nas palavras de outras astrólogas por aí. E tá certo, é por aí mesmo. Mas nem sempre. Então essa é uma nota rápida com uma mea culpa que faço baseada na minha própria experiência pessoal. Pra ser justa, eu já sinalizei anteriormente essa possibilidade:
um eclipse pode até ser relevante a nível individual, a depender de pontos pessoais do seu mapa natal, mas isso é bem mais raro do que se imagina. [edição #98]
Eu só não esperava que iria atestar essa possibilidade por meio do meu sistema digestivo. RISOS.
Vamos por partes: em termos simples, eclipses costumam sinalizar merda vindo à frente porque é uma interrupção momentânea (parcial ou total) da luz do Sol ou da Lua. E eles são os luminares, os corpos celestes que provêm luz à Terra e que, portanto, carregam significados fundamentais de vitalidade. A Lua, especificamente, se refere ao nosso sustento, à materialidade e tudo aquilo que é necessário para suprir e nutrir um corpo. E nas partes do corpo, a Lua rege o quê? O estômago. Guardem essa informação.
Estamos em temporada de eclipses: tivemos um lunar, penumbral, no último 25 de março, e teremos um solar, total, no próximo 8 de abril (vai ter edição sobre esse na Meio do Céu). Os graus exatos em que eclipses ocorrem são pontos importantes de atenção — mas isso eu digo agora, com mais convicção, porque eu simplesmente não vinha dando muita atenção à eles. Sempre faço questão de ressaltar que nem todo trânsito astrológico é importante pra todo mundo porque às vezes a gente simplifica as coisas por motivos didáticos; quanto mais eu vivo e observo, porém, me parece que, como quase tudo nesse mundo, as coisas não são sim ou não, ou preto no branco: as informações se localizam num espectro de possibilidades.
E aí um Mercúrio retrógrado em Áries pode significar vários nada na sua vida se você não está vivendo um período pessoal em que esse planeta é regente de algum aspecto da sua vida; pra outra pessoa, o mesmo trânsito pode indicar uma série de mudanças relevantes que impactarão aquele momento. Como saber? Se consultando com uma astróloga ou aprendendo astrologia, monas. Nada é simples, juro por deus. Tô eu aqui há 8 anos nessa ainda batendo cabeça na parede pra assimilar coisas básicas.
Eu não me preocupei muito com o eclipse solar a 21º de Libra em outubro de 2023, mesmo sendo um grau pertinho do regente do meu ascendente natal. Não me preocupei porque atingia um planeta que não estava especialmente ativo na minha vida no momento. Sabe o que rolou? Tudo e mais um pouco relativo a esse planetinha aí afetado, nos últimos meses — tanto nos temas da casa que ele ocupa, quanto das casas que ele rege.
E aí veio esse último eclipse lunar desse fim de março, a 5º de Libra. Coladinho em outro ponto natal meu: a própria Lua. Lembrando que a Lua é regente natural de alimento e, no meu caso pessoal, por ter ascendente em Gêmeos, é regente também da casa 2, que reafirma os mesmos temas. O que rolou comigo esses últimos dias? Uma intoxicação alimentar daquelas. Talvez a pior que eu já tive, embora não tenha tido muitas na vida (no geral, não tenho problemas digestivos, e por isso mesmo o evento chama atenção). Nenhuma grande causa misteriosa ou aventura gastronômica, só um risco usual que se manifestou logo depois do eclipse. E só fui sacar a relação quando percebi que a última intoxicação alimentar que tive foi em julho de 2019, logo após um eclipse solar em Câncer que pegou em cheio um outro planeta na minha casa 2. Na época eu só colei esse post-it mental de algo pra se reparar melhor, mas sem muita certeza ainda da correlação.
Nenhuma dessas ocasiões envolvia planetas regentes ou relevantes do meu período de vida no momento. Isso é importante de notar porque é provavelmente por isso que esses eclipses não sinalizaram eventos ou circunstâncias terrivelmente críticas ou complicadoras pra minha vida, como muitas vezes ocorre, especialmente a nível coletivo. Mas não dá pra dizer que eles passaram em branco, também. Essa, então, é minha notinha de hoje:
Eclipses são eventos de natureza coletiva, mas, a depender da proximidade do grau do eclipse com algum ponto do mapa natal (até 3 graus de ângulos, planetas e lote da fortuna), seus efeitos podem ser percebidos a nível individual. O impacto dos eventos percebidos individualmente depende da relevância do ponto natal ativado pelo grau do eclipse, e dos regentes atuais daquele período de vida do nativo.
Pode não ser novidade pra muita gente, mas o aprendizado em primeira mão é sempre mais efetivo, né mores? Espero que vocês não precisem passar por muitos deles. A quem interessar ficar de olho nos graus do eclipse, eles estão sempre informados no meu lunário, e você pode consultar os significados básicos das casas astrológicas afetadas no seu mapa baixando o guia de modos de uso do lunário, que é gratuito.
um beijo e até!
Adorei ler essa nota! Em 2022 fiz aniversário NO DIA do eclipse em Touro, pegando o eixo 1-7 do mapa natal. O resultado foi um ano inteiro de comprometimento da vitalidade, com pelo menos uma doença ou efeito dela por mês. Algumas dessas coisas não me recuperei nunca mais. Beijos, Isis!
Não tô entendendo como faz pra receber essa no app da substack