Olá! Após a tão aguardada virada do ano novo astrológico, hoje trago a edição sobre a lunação que inaugura esse período: a primeira Lunação de Áries.
Graças aos compartilhamentos e divulgação da edição de ano novo (muito obrigada por isso), várias pessoas conheceram e se inscreveram na Meio do Céu na última semana. Por isso, antes de qualquer coisa, aproveito essa introdução para fazer uma retomada conceitual e evitar que alguém se sinta muito perdido.
Essa é uma newsletter focada em astrologia mundana, um ramo desse conhecimento voltado à observação dos eventos celestes e suas correspondências com os fenômenos coletivos que ocorrem aqui na Terra. Diferentemente da astrologia natal — a mais conhecida pela maioria das pessoas — a mundana se debruça sobre tudo que afeta a coletividade humana: eventos políticos, culturais, religiosos, econômicos, sociais e até meteorológicos. Isto é, se a astrologia natal observa mapas de nascimento e faz previsões para o período que uma pessoa individualmente vai experienciar à frente, a mundana observa mapas de solstícios, equinócios e de fases da Lua para determinar a natureza do tempo que iremos atravessar enquanto agrupamento de pessoas. Para quem quiser saber mais sobre astrologia mundana, recomendo ler essa edição aqui que escrevi recentemente como uma forma de introdução a esse ramo.
E agora, nos situemos no espaço-tempo: enquanto o mapa do Ingresso Solar em Áries nos trouxe a narrativa do ano do país como um todo, o mapa dessa Lunação de Áries apresenta o que o primeiro ciclo lunar nos promete para as próximas semanas. E esse ano, excepcionalmente, teremos duas lunações de Áries. Vamos à leitura desse primeiro mapa, então.
primeira Lunação de Áries
Lua Nova: previsões até 6 de abril
Lunações são como chamamos os ciclos lunares completos, formados por encontros entre os luminares, o Sol e a Lua: a Lua Nova inaugura o ciclo e ocorre quando ambos estão conjuntos, ocupando o mesmo signo; já a Lua Cheia marca a metade exata do ciclo completo, indicando um ápice de eventos, sendo marcada pela oposição exata entre os dois.
Um outro fenômeno que acontece de tempos em tempos, porém, é a Fase Nova dupla, ocorrendo num mesmo signo consecutivamente: isso se dá devido à diferença de ritmo e velocidade diárias entre Sol e Lua. Quando isso acontece, ao invés de uma Lua Nova em Áries ser sucedida por uma Lua Nova em Touro, duas Luas Novas em Áries ocorrem em sequência.
É o caso que teremos agora, já no início desse ano astrológico: tivemos uma Lua Nova em Áries no último dia 21 de março, inaugurando a primeira Lunação de Áries. Em 20 de abril, teremos mais uma Lua Nova em Áries, no finzinho do signo, marcando o início de uma segunda Lunação de Áries. Curioso, não? Pois é.
O mapa dessa Lua Nova abre com o ascendente em Câncer próximo à estrela fixa Pollux, da constelação de Gêmeos; é um ascendente bem próximo da Lunação de Aquário, a penúltima do último ano astrológico, que trazia a outra estrela desse agrupamento, Castor. A relação entre essas duas estrelas é digna de nota:
“No mito dos gêmeos, Castor é o irmão que morre numa batalha e por quem Pollux, o imortal, pede auxílio a Zeus para interceder (no mito, é resolvido que ambos viverão, mas em revezamento: enquanto um vive, o outro ocupará lugar no reino dos mortos). Quando ativada, essa estrela pode significar várias coisas: um ato de sacrifício, negociações inesperadas com figuras de autoridade ou mesmo uma situação de perda relevante, que é lamentada e pela qual se exige tomar algum tipo de providência.” [trecho da edição #71]
A Lua é quem rege esse ascendente em Câncer, e aparece bastante evidenciada na casa 10, em Áries, conjunta ao Sol e dividindo espaço também com Mercúrio e Júpiter. Apesar de ser um indício positivo para o governo, começando o ano com vigor, ímpeto de liderança e iniciativa, é como se houvesse também um holofote ainda maior de atenção sobre ações tomadas e protagonizadas por membros do Poder Executivo, tais como ministros e aliados. Além disso, o regente da casa 10 é um Marte que está nas últimas de Gêmeos, numa casa danosa, e conjunto à Betelgeuse, uma estrela explosiva e que denota eventos de certo descuido e arrogância; isso indica que situações difíceis e até vexatórias podem ser protagonizadas por integrantes do governo. O ingresso de Marte em Câncer, ocorrido no último sábado, tende a aumentar esse tipo de evento e ocorrência, expondo ainda mais esses representantes.
Outro ponto sensível que esse Marte toca tem a ver com maior vulnerabilidade em relação a crianças, mulheres e também a lugares relacionados ao lazer ou entretenimento: até a Lua Cheia, há um risco aumentado de acidentes ou problemas inesperados envolvendo essas pessoas e locais, e a atenção deve ser redobrada especialmente nos dias da Lua em Câncer (28 a 30 de março) e Libra (4 e 5 de abril).
Apesar dos danos de Marte, há pontos favoráveis no âmbito político, especialmente no que diz respeito às relações internacionais e ao prestígio do presidente: o líder da nação aparece no mapa representado pela Vênus em bom aspecto com Saturno. Isso indica a possibilidade de negociações importantes envolvendo outros países aliados, que podem ser empreendidas já nesse início de lunação. O aspecto harmonioso entre esses dois planetas também favorece bastante o aval do presidente e a aprovação pelo Congresso da nova proposta fiscal que irá substituir o teto de gastos, cujo texto atualmente está nas etapas finais de elaboração — contudo, esse cenário está mais propício para o início da lunação, podendo encontrar entraves e resistência da oposição a partir da Lua Cheia.
No âmbito mais comum a todos nós, esse ciclo se inicia com muita força de iniciativa, energia e potencial de alcance — é um mapa diurno com todos os planetas acima do horizonte, afinal. Há de se ter mais cautela com o que se coloca à público, já que a exposição tende a ser maior do que o esperado, mas também há benefícios e vantagens a serem usufruídos aí. É tempo de dedicação à vida pública, à convivência e amizades — até porque a Lua Cheia fará um contraponto importante de maior interiorização e atenção aos assuntos domésticos. Não é que as dinâmicas sociais e profissionais serão muito fáceis ou confortáveis agora, mas ficar parado e isolado não vai ajudar, e o momento favorece a iniciativa nesses cenários. Por ora, vale aproveitar a oportunidade de dialogar com semelhantes, estimular as redes de contato e cuidar das relações afetivas e de trabalho.
mudança à vista: edições quinzenais
A primeira newsletter Meio do Céu foi enviada no dia 1 de agosto de 2021 e, desde então, foram publicadas 106 edições: a maioria sendo edições regulares, algumas temáticas e outras exclusivas para apoiadores. Ao longo dessas dezenas de edições, este trabalho de escrita e publicação independentes foi se tornando cada vez mais complexo, com textos mais longos e envolvendo temas mais densos. Olhando pra trás, me impressiona ter conseguido manter sem grandes pausas o compromisso semanal de escrever, editar e publicar a Meio do Céu totalmente sozinha (com exceção das duas edições escritas em parceria), tendo vários trabalhos e ocupações para cuidar. Ter reunido um bom número de apoiadores foi a grande motivação para me dedicar a esse trabalho, e o que de fato o viabilizou da forma que é hoje. Ei, apoiadores: vocês são demais.
Só que a vida tá sempre mudando, né? O cenário eventualmente se modifica, e precisamos nos adaptar. Depois de refletir sobre minhas opções a respeito dessa newsletter, cheguei à decisão de tornar a publicação da Meio do Céu quinzenal. Talvez para alguns não pareça uma mudança das mais drásticas (e realmente não é), mas tendo cultivado esse compromisso regularmente por 86 semanas, a sensação que eu tenho é de afrouxar uma enorme cobrança. A principal razão para isso acontecer agora é por estar num momento especialmente exigente do mestrado, que eu curso paralalemente aos trabalhos que toco como designer, artista, astróloga e pesquisadora. Tem sempre uma parte dessas funções que é pressionada por outra, e chegou a vez de flexibilizar um pouco a entrega da parte astróloga que escreve newsletter.
Na prática, vai funcionar assim: teremos pelo menos duas edições mensais, uma publicada próxima à data da Lua Nova, e outra publicada próxima à Lua Cheia, marcando os períodos mais importantes da lunação, como é de costume por aqui. A edição exclusiva de apoiadores a cada mês será mantida. E sim, embora não seja mais um compromisso, podem sair algumas edições extras, além das quinzenais, a depender da minha disponibilidade.
No fim das contas, tudo isso é um teste: é possível que lá pra julho eu me dê conta que desejo escrever mais sobre astrologia, e que a frequência semanal é importante. No entanto, e por enquanto, é o que eu tenho pra oferecer. Novos formatos precisam ser experimentados — com sorte, talvez eles façam até mais sentido do que os anteriores.
Lunário 2023: promoção e venda presencial
Me dei conta que botei o Lunário 2023 em promoção e comecei um esquema de vendas presencial, mas avisei tudo isso apenas lá no Instagram, então vamos às atualizações por aqui!
Começamos uma promoção de novo astrológico na esperança de zerar nosso estoque com mais agilidade: agora a unidade do lunário em cartaz sai a R$50, o kit com 2 unidades é R$90 e o kit com 3 é R$130. Tudo isso com frete incluso e envio pra todo o Brasil, tá? Aproveitem porque tá pertinho de acabar! Para comprar online, basta acessar a loja da Alfa Serpente.
Outra novidade é que agora dá pra comprar o Lunário 2023 presencialmente no Rio de Janeiro na banca da Fudida Silk. Elas ficam aos sábados na Feira da Praça XV e nos domingos na Feira da Glória (na parte mais perto do Passeio Público, do lado direito de quem vai pra Lapa), ambos os dias de 9h às 16h. A Fudida Silk é um coletivo-cooperativa de artistas trans que cria, produz e comercializa impressos em serigrafia, como esses maravilhosos panos de prato estampados com arcanos do tarot (oraculistas piram). As duas feiras são uma delícia de frequentar e conhecer, além de poder comprar as criações em primeira mão, sem espera para entrega nem custo de frete — o lunário, comprando com elas, sai a R$40. Fica a dica de passeio pro fim de semana!
O Lunário da Alfa Serpente é um calendário astrológico completo, com todas as efemérides do ano: além das fases da Lua, temos os registros do ingresso dos planetas e luminares nos signos, marcação do início e fim dos movimentos retrógrados e informações sobre eclipses lunares e solares (inclusive indicando se serão visíveis ou não no Brasil). Todos os horários são calculados para a posição geográfica e o fuso horário de Brasília.
O boletim meio do céu é gratuito, mas você pode se tornar um assinante pago e apoiar o meu trabalho.
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um abraço e até a próxima,
“Outro ponto sensível que esse Marte toca tem a ver com maior vulnerabilidade em relação a crianças, mulheres e também a lugares relacionados ao lazer ou entretenimento: até a Lua Cheia, há um risco aumentado de acidentes ou problemas inesperados envolvendo essas pessoas e locais, e a atenção deve ser redobrada especialmente nos dias da Lua em Câncer (28 a 30 de março) e Libra (4 e 5 de abril).”
Quando eu li esse trecho pensei em atentados em escolas, não sei se tem alguma relação, mas hoje de manhã aconteceu um em uma escola de SP 😢
Já adquiri meu lunario 🥰🥰😍